
Nas redações, não se fala outra coisa que não seja a gripe suína. Ouvi vários relatos de pessoas suspeitas de terem contraído a doença nos últimos dias. Inclusive sobre casos identificados dentro de empresas, com mais de três mil funcionários. Minha impressão é a de quem se vê cercado. Pois bem...
Ontem, já no final do expediente:
Um colega repórter atende ao telefone, conversa rapidamente, vira-se na direção dos últimos gatos-pingados à sua frente, aglomerados num canto da redação, e pergunta, sem desgrudar do aparelho:
- “Quem é que tá com a gripe A aqui?”
Acreditando que ele queria saber se ali havia algum doente, todos sinalizaram negativamente. Todos menos um, que respondeu: “A Sabrina”.
Silêncio e espanto.
Como assim? Seria verdade a gripe da repórter, que trabalha a poucos metros da minha mesa? Antes que eu perguntasse sobre seu estado de saúde ou se a levaram para o hospital, o mal entendido foi desfeito:
- “A Sabrina não ficou doente, ela tá é com a pauta da gripe”, alguém esclarece.
Alívio geral.
Quem era do outro lado da ligação? Um entrevistado que a Sabrina tinha ouvido a respeito do assunto.
Na dúvida, para se prevenir, nenhum convite para fechar o dia num botequim do Centro. É, meu amigo, a situação está grave mesmo... Saúde!
Ilustração: Jorge Braga