Ontem, tive a oportunidade de acompanhar Toquinho, entre o camarim e o palco, nos momentos que antecederam sua apresentação para seis mil pessoas no Ginásio de Esportes de Mogi das Cruzes (SP). Foram 20 minutos para um breve perfil do artista.
Toquinho sabe como manter o domínio da situação. No corre-corre, ele ainda acha tempo -e calma- para uma última conversa particular ao celular enquanto definia detalhes do show com produtores e o maestro Marcelo Jardim, da Orquestra Sinfônica de Mogi, que em seguida o acompanharia pela primeira vez em palco com os Canarinhos do Itapety. Um espetáculo à parte.
Atendeu fãs, deu autógrafo e conversou com jornalistas: “Se aquilo que você faz te deixa tenso, estressado, é melhor procurar outra coisa”, disse. Bastou estender-lhe a mão para ser correspondido, com sorriso no rosto. Foi assim comigo. E com todos os que o orbitavam. Ninguém passou despercebido. Os seguranças acompanhavam à distância, despreocupados.
Em seu universo, as coisas parecem acontecer naturalmente. Toquinho não esconde o gosto pelo improviso, sem abrir mão do planejamento. Na noite anterior ao show, um único ensaio com seus colaboradores mogianos. O suficiente. Entre eles, a cantora Aline Chiaradia. Minutos antes de entrar em cena, ela soltou: “Ainda falta acertar algumas marcações de voz, mas ele [Toquinho] me disse para deixar acontecer, que vai rolar numa boa”.
Entre o camarim e o palco, 20 metros de corredor. O ginásio explode. Toquinho em cena. Atrás do violão, ele é mais que rei. Generoso, faz questão de dividir toda a glória com um coro de 300 crianças, a maioria iniciante na música. Mas cantar com o mestre fez todos se sentirem poderosos. Donos do próprio nariz.
De volta à redação, dois mil caracteres para reportar a emoção em uma notícia de jornal. Dá não.
Foto: Jonny Ueda
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2 comentários:
Olá, Procurando reportagens sobre o show do Toquinho no Ginásio Municipal de Mogi, parei aqui no blog e gostei muito. O Toquinho é de fato uma pessoa muito bacana, engraçada etc e tal, mas o espetáculo deixou a desejar em muitos aspectos técnicos. Entendo o projeto social com os canarinhos, mas será mesmo necessário o coral cantar todas as músicas, sem exceção? isso fez com que pessoas da arquibancada não ouvissem a voz do cantor, nada, nadica de nada, apenas as crianças. Parecia até que ele foi contratado para tocar violão para os Canarinhos cantarem. A Aline que é um destaque na cidade há anos, cantora reconhecida por gente muito importante da música brasileira, sem publicidades, sem investimentos, de forma espontânea, por causa exclusiva do talento que possui, cantou com um som extremamente maltratado, destaque para a generosidade do Toquinho, que simplesmente parou de cantar ao notar que a voz dela estava baixa e mal equalizada. Infelizmente concluo, que tirando a imprensa, nossa cidade simplesmente despreza a arte local...Os artistas convidados para abertura de shows e etc, tinham um camarim com uvas e agua? porque a discrepância? artistas locais não merecem atenção de técnicos de som e cachê? Lamentável ter de presenciar isto...É a velha história "santo de casa..." Acho mesmo que ficamos tão felizes com a presença do Toquinho que acabamos não vendo certas coisas...Bom ter achado este blog para dizer tudo isso.
Parabéns pelo blog...Um achado...E tenho certeza de que é feito por gente democrática. Abçs.
Caro Pedro
Seja bem vindo!
Compreendo a relevância das suas considerações. NA PENEIRA só tem a agradecer. É muito importante conhecer a opinião dos nossos leitores. O espaço está aberto, caso queira comentar esse e outros assuntos. É só chegar... Desculpe não responder antes. Estou de repouso, por recomendação médica, e por isso reduzi a freqüência no blog. Aproveite também para informar seu e-mail. Se preferir encaminhe para mmacielleme@gmail.com. Fico no aguardo. Até a próxima e um grande abraço. Marlon Maciel
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