segunda-feira, 23 de novembro de 2009

190, desinteligência e a cultura de paz


Chamadas de menor relevância representaram de janeiro até a primeira quinzena de novembro desse ano, nas cidades do Alto Tietê, cerca de 20% do total de atendimentos (82.925) realizados pelo 190, o telefone para emergências da PM. Isso significa que a polícia foi obrigada a deslocar viaturas nada menos que 16.289 vezes para atender casos banais, como briga entre vizinhos.

E a tendência é que esse número aumente ainda mais, segundo as estatísticas.

De janeiro a dezembro de 2008, 17.728 dos 83.100 pedidos de socorro feitos pelo serviço telefônico tratavam de situações que poderiam facilmente ser solucionadas com diálogo, dispensando a intervenção policial.

A PM, no entanto, já estuda como reverter esse quadro. E já sabe que a mudança terá de começar pela mentalidade das pessoas. “É uma situação demasiada. Precisamos trabalhar uma cultura de paz na comunidade”, disse o comandante do CPAM-12 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano), coronel Milton Nomura (foto).

Para reduzir os índices, evitando deslocamentos desnecessários e mantendo a presença do policiamento em pontos críticos, a PM orienta que as chamadas via 190 sejam feitas somente em situações suspeitas ou de emergência. “Se já aconteceu, não adianta ligar para o 190. O melhor a ser feito [pela vítima] é procurar a delegacia mais próxima para registrar o boletim de ocorrência. O 190 não vai evitar um crime que já aconteceu”, considerou Nomura.

Foto: Maurício Builcatti

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