quarta-feira, 21 de outubro de 2009

“Hoje, a mídia somos nós”


Nereu Leme, presidente da Casa da Notícia, esteve ontem à noite no Sebrae de Mogi das Cruzes (SP) para a sua palestra “Comunicação ao alcance de todos”. Em mais de 40 anos de profissão, acumulou passagens por Estadão, Folha de S.Paulo, Globo e Band. Blogueiro e músico amador, atualmente ele tem se dedicado à consultoria e à produção de livros para clientes da Casa da Notícia.

Ao final do evento, Nereu concedeu esta entrevista à coluna:


NA PENEIRA: Se considerarmos que, em Mogi, a proporção é de apenas dois jornais para 350 indústrias (dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento) e, no comércio, o número está bem acima das 1,5 mil médias e pequenas empresas afiliadas à Associação Comercial, pode-se entender que, na cidade, o espaço à publicidade na mídia impressa é bastante limitado. E cada vez mais essas empresas precisam ser vistas... Esse mercado está preparado para a comunicação 2.0?
Nereu Leme:
Pode não estar preparado, o que é mais provável, mas ele já se sente pressionado a buscar informações sobre esse bicho que é a comunicação 2.0 e também sobre as redes sociais. Na verdade, quem está no mercado sabe que precisa se comunicar, mas ainda não sabe como fazer, não sabe como chegar, não conhece o caminho. O objetivo aqui é justamente despertar o empresário para essa necessidade. O desafio então é como conseguir um espaço onde ser visto, e essas dificuldades estão sendo superadas pelas redes sociais, pela comunicação 2.0. É importante tomar a iniciativa. Hoje, a mídia somos nós. Não importa onde vai sair a nossa notícia, as empresas têm que se comunicar. As ferramentas estão aí.

“Credibilidade e transparência são os pontos-chave. E a transparência está na mensagem”

As empresas precisam aparecer. Hoje, na palestra, tivemos poucos empresários e profissionais de Comunicação, e uma maioria de jovens interessados em novidades na internet. Isso pode ser visto como sintoma de que as novas possibilidades a partir da internet ainda não foram totalmente assimiladas?
Em primeiro lugar, as empresas devem identificar as ferramentas que poderão ser mais úteis, e que são muitas: Orkut, Twitter, blog, Facebook, jornal, revista, tevê, rádio. E a partir daí desenvolver um plano de ação. Ou seja, quem ou quantas pessoas ela quer atingir e como fazer isso. Como? Release? Blog? Twitter? Campanhas nas redes sociais? Aí, vem a pergunta mais importante: o que eu vou dizer para esse público? Essa é a principal questão. É aí que entra em jogo a reputação seja da empresa, do produto ou da pessoa física [responsável por gerar a informação]. Credibilidade e transparência são os pontos-chave. E a transparência está na mensagem.

“O diferencial do blog é aquilo o que você escreve”

Qual o papel do blog, a partir dessas "novidades", dentro do mercado editorial?
Se você identificar bem seu público-alvo, ou seja, descobrir quais instrumentos utilizar para chegar até ele, essas novas ferramentas vão oferecer várias possibilidades. Definido o público-alvo, sabe-se também que tipo de mensagem ele quer receber. Identificou o veículo e a mensagem, pronto; não tem erro. Mas, para isso, é preciso haver um plano de ação, e se organizar. O diferencial do blog é aquilo o que você escreve.

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