terça-feira, 19 de maio de 2009

“Os filmes estão vivos”

Tatá Aeroplano já traçava seu plano de voo no início dos anos 1990 ao lado de amigos da infância, a maioria músicos, em iniciativas artísticas e culturais independentes que idealizavam em Bragança Paulista (SP). Na última sexta (15), sua participação como consultor convidado na exposição Tribos Urbanas no Cinema mereceu destaque em uma das colunas sociais mais lidas do País (leia em “Tira gosto”).

Depois de Brasília, a mostra promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) prossegue em temporada paulistana até o próximo dia 31, com exibições e debates.

Nesta entrevista que abre a série “Direito de Resposta”, Tatá fala sobre sua participação no evento, filmes que fazem sua cabeça, banda, disco novo e, se conseguir as passagens, turnê na Europa.

Na imagem, Tatá (no chão) e a banda Cérebro Eletrônico.

Por Marlon Maciel

NA PENEIRA: Como surgiu o convite para participar dessa exposição?
Tatá Aeroplano:
Surgiu no início do ano pela produtora Cinnamon, que conseguiu aprovar o projeto com o CCBB. Só depois fui convidado para fazer a consultoria da curadoria da mostra. Trabalhamos juntos no processo da escolha dos filmes, fizemos reuniões e vimos muito material, depois dos filmes e tribos fechados. São 20 filmes representativos de dez tribos. Trabalhamos juntos durante a mostra. Eu serei o mediador dos debates que acontecerão de 27 a 30 de maio.

Como foi o processo de seleção e quantos títulos foram avaliados até fechar a programação?
Pelo menos uns 40 títulos foram citados. Alguns que queríamos para a mostra estavam em péssimas condições, outros não existem mais em 35 milímetros. O que rolou é que vimos que podemos organizar uma segunda mostra Tribos Urbanas, e vamos organizar isso para 2010.

Algum desses filmes está na sua lista de preferidos?
Alguns foram importantes para mim. “Easy Rider - Sem Destino”, do Dennis Hopper, que me marcou muito, foi um dos primeiros filmes que inserimos na mostra. Outros que merecem destaque são “A Festa Nunca Termina”, “Noites de Lua Cheia” e a obra prima “Crônica de um Amor Louco”, baseada na vida e obra do Charles Bukowski.

O que o público pode esperar da exposição?
Creio que todos os filmes escolhidos são significativos, históricos e informativos. Esse é o grande barato, pois no meio do processo nos demos conta de que os filmes escolhidos estão vivos até hoje e serão de grande valia tanto para os jovens que ainda não tiveram contato com eles como para quem quer rever ou reviver uma determinada época.

Você irá mediar os debates de 27 a 30 de maio. Quem serão os convidados?
Já temos os convidados. Marina Person (MTV), dia 27; Bruno Saito (Folha de S.Paulo) e Duda Leite (cineasta), dia 28; Dudu Bertholini (estilista) e Alexandra Farah (jornalista de moda e cinema), dia 29; e Lia Vissotto (Cinnamon) no dia 30.

Do cinema para a música: está preparando algo novo?
Estamos em turnê com o Cérebro Eletrônico pelo Brasil e já rola uma possibilidade de irmos para a Europa. Também vamos lançar o disco novo do Jumbo Elektro no fim do ano.

Produtores culturais vivem um novo momento com a abertura de novas possibilidades a partir da internet. Difícil é obter recursos via iniciativa privada e governos. Que caminhos podem se apresentar viáveis nessa relação institucional entre financiadores e produtores culturais?
Para as vias tradicionais ainda é preciso uma base muito grande sobre as leis de incentivo, fomento, ficar atento nos editais etc. Acabamos de receber um convite para tocar na Europa, mas não temos as passagens. Vamos correr atrás de patrocínio ou algo parecido. Então, precisamos de pessoas que estejam mais por dentro do mercado cultural. Acho que hoje temos mais possibilidades de sustentar as carreiras, mas, claro, o trabalho é grande e árduo, mas muito prazeroso também.

Foto: Divulgação

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